O que é a homeopatia?

A homeopatia é um sistema terapêutico natural energético desenvolvido por Cristian Frederic Samuel Hahnemann no século XVII que utiliza medicamentos especialmente preparados (dinamizados) para estimular a nossa energia vital para que esta re-equilibre, usando a lei dos semelhantes "Similia similibus curanter".

Seus medicamentos são oriundos dos 3 reinos da natureza: mineral, vegetal e animal, devidamente preparados, respeitando a farmacotécnica homeopática desenvolvida por Hahnemann, onde busca na sua preparação libertar a quintessência da substância, os medicamentos em doses infinitesimais. E após amplo estudo patogenético de todas as substâncias, em homens são, o que consideramos como o melhor animal de experimentação. Não devemos confundi-la com a fito-terapia que usa os chás, infusões, decoções, emplastos, garrafadas, etc.

A homeopatia é um sistema terapêutico vitalista, onde vê o homem como um todo corpo e mente em união consubstancial, Hahnemann era tomista, ou seja seguia a visão dos escolásticos, principalmente por São Tomas de Aquino que viveu no século XIII.

Para a homeopatia todas as enfermidades são originadas de um desequilíbrio da energia vital do organismo, e como resultante o organismo reage produzindo as secreções, alterações de temperatura, os corrimentos, além das verrugas, vegetações, fibromas e tumores.

Os medicamentos homeopáticos tratam do desequilíbrio energético nas doenças agudas de forma rápida suave e permanentemente, com muita segurança e eficácia, sem efeitos colaterais atuando ajudando nosso sistema de defesa e não contra sintomas, aumentando a resistência do paciente as infecções encurtando o tempo de convalescenças e principalmente prevenindo as enfermidades ditas normais e evolutivas, além de aumentar a resistência contra as variações telúricas, atmosféricas e principalmente das influencias psíquicas ou mentais e emocionais que todos os dias estamos sujeitos a enfrentar.

“Os semelhantes se curam pelo semelhante” é considerada a segunda lei de Hipócrates, considerado o “pai da medicina” enunciou-a por volta de 460 A.C.

Passou despercebido pelos médicos da época até que Paracelso em 1500 vislumbrou a lei das assinaturas, rudimentos da lei dos semelhantes para somente em 1796 Hahnemann publicar o “Ensaio sobre um novo princípio para se determinarem as virtudes curativas das drogas”, onde contesta os tratados médicos da época onde classificam as enfermidades e as substâncias que curar-na-iam através do método curanter curanter, experimentando as substâncias em animais inferiores para depois aplicá-los ao homem, além de gastarem vultuosas somas de dinheiro antes que se percebesse que nenhum constituinte vegetal importante poderia ser extraído por esta prova de fogo, e muito menos que algum juízo poderia ser estabelecido com respeito às suas virtudes curativas. Mesmo as experimentações com as drogas nos animais, é pelo mesmo motivo um método bastante vago, aja visto que certas substâncias são totalmente venenosas para certos animais e não para outros, por exemplo, uma colher de chá de água de louro-cerejeira certamente matará um coelho quando introduzido no estômago, sem contar que os animais diferem muitíssimo seu organismo dos nossos! Um porco é capaz de ingerir uma enorme quantidade de nux vomica sem se afetar, enquanto que homens morrem com quinze grãos. Um cão tolera uma onça de folhas frescas e flores e sementes de acônito: que homem sobreviveria a uma dose dessas? Os cavalos alimentam-se dele seco sem danos. As folhas de teixo, apesar de letais ao homem engordam alguns de nossos animais domésticos. E como podemos tirar conclusões relativas a ação dos medicamentos no homem a partir de seus efeitos sobre os animais inferiores, quando mesmo entre os últimos eles frequentemente variam tanto? O estômago de um lobo envenenado por acônito inflama, mas não o de gatos grandes e pequenos envenenados pela mesma substância. O que podemos deduzir disso? Não muito, certamente para não dizer nada. Assim muito, ao menos com certeza as alterações e sensações sutis interiores que um homem pode exprimir por palavras, está totalmente ausente nos animais inferiores. Esses experimentos são demais ambíguos, grosseiros e, se me permitem a expressão, canhestros.

Plantas de coloração lúgubre de modo algum são sempre venenosas; e por outro lado uma coloração agradável nas flores esta longe de se constituir em alguma prova da inocuidade da planta. As propriedades drogais especiais que se podem verificar pela olfação e pelo paladar não permitem que tiremos conclusões confiáveis sobre substâncias não testadas. Se o princípio amargo fortalece o estômago , por que a cebola do mar o debilita? Se as substâncias aromáticas amargas são termogênicas , por que o alecrim do campo reduz a temperatura corporal de modo tão marcante? Se o sabor adstringente é indício de uma substancia fortificante , por que o sulfato de zinco produz vomito? O sabor adocicado do chumbo é sinal de suas qualidades nutritivas?

Entretanto, talvez a afinidade botânica nos permita inferir uma similaridade de ações? Longe disso, uma vez existirem muitos exemplos de propriedades opostas, ou ao menos muito distintas , em uma mesma família de plantas, e isso na maioria delas, por exemplo na família das coníferas, a casca interna do pinheiro (pinus sylvestris) fornece uma espécie de pão, enquanto que a casca do teixo (taxus baccifera) produz a morte . Como podem estar todas juntas numa mesma família, a das compostas, a matricaria (anthemis pyrethrum) nte , a refrescante alface venenosa (lactuca virosa), a heroica arnica (a. montana)?

Estou longe de negar, contudo, as muito importantes indicações fornecidas pelo sistema natural ao sereno estudioso na matéria medica e para quem toma como um dever descobrir novos agentes medicinais; mas tais indicações auxiliam somente como corroboradores, e servem como glosa para fatos já conhecidos , ou no caso de plantas não estudadas elas podem dar margem a conjecturas hipotéticas, que entretanto estão longe de tocar mesmo a verossimilhança. Não podemos esquecer que aqui não estão em jogo experimentos mecânicos, mas o mais importante e difícil problema da humanidade – a saúde.

Também com relação a este método chegamos à conclusão por este motivo que ele não pode ser considerado um princípio seguro que nos leve ao conhecimento das propriedades medicinais das plantas.

Nada nos resta, exceto experimentos no corpo humano. Mas que tipo de experimento: casuais ou metódicos?

Deve-se fazer a humilhante confissão de que a maioria das virtudes dos agentes medicinais foi descoberta por ocorrência fortuitas, empíricas, por acaso; geralmente a princípio observadas por não médicos. Não é meu propósito negar o alto valor dessa forma de se revelarem as propriedades medicinais – ela fala por si própria. Mas quanto a ela não há nada que possamos fazer; o acaso exclui qualquer método, qualquer ação voluntária. É triste pensar que a mais nobre , a mais indispensável das artes está construída sobre a casualidade, o que pressupõe sempre o risco de muitas vidas humanas. A eventualidade de tais descobertas será suficiente para aperfeiçoar a arte da cura, para alcanças seus numerosos desideratos? Tomamos conhecimento ano após anos de novas enfermidades, novos estágios e complicações de enfermidades, de novas condições patológicas; se, então, não temos melhor método para descobrir os agentes medicinais que o oferecido pela casualidade, nada nos resta a não ser tratar essas doenças com medicamentos genéricos, (preferira muitas vezes com nenhum), ou no que se nos aparenta, como quadros patológicos similares. Contudo quão frequentemente fracassaremos em alcançar nosso objetivo, pois havendo qualquer diferença, a doença não poderá ser a mesma! Tristemente ficamos na expectativa de eras futuras quando um remédio especial para esta particular forma de doença, para esta ocorrência particular, possa, talvez, ser acidentalmente descoberto, como o foi a quina na febre intermitente simples ou o mercúrio nos distúrbios sifilíticos.

Edificação tão precária da mais importante ciência – comparável ao concurso dos átomos epicuristas para compor o mundo - jamais poderia ser o desejo do sábio e do mais generoso Conservador da humanidade. Que humilhante para a orgulhosa humanidade dependesse esse resguardo apenas por acaso. Não! É animador acreditar que para cada enfermidade particular, para cada variedade patológica peculiar, existem medicamentos peculiares inequivocamente ativos, e que existe também um modo de poderem ser metodicamente descobertos.

Não estou aqui falando dos experimentos empíricos comumente conduzidos em hospitais, nos quais em um caso difícil em geral imprecisamente registrado, em que nada trouxe de beneficio algum, recorre-se à certa droga, não testada anteriormente ou não nessa afecção particular. Aplicada por capricho ou em razão de uma crença irracional ou em vista de alguma ideia obscura, para os quais o experimentador não pode dar nenhuma justificativa plausível para si ou para os demais. Tais experimentos empíricos casuais são, para dizer o mínimo, apenas aventuras insensatas, se não algo mais grave. Não acreditamos que possa existir um medicamento inteiramente especifico para qualquer enfermidade de tal ou qual nome, embaraçadas com todas as subdivisões, afecções concomitantes e variantes.

Texto de Dr. Ronaldo dos Santos Souza

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