Livro "Psiquismo e Homeopatia" - Lançado em 13/10/2018

R$420 - com frete grátis para todo o Brasil. Promoção por tempo limitado

(as mesmas proteções do Mercado Livre e várias opções de pagamento disponíveis). 

Índice do Livro

Apresentação pelo Dr H. DUPRAT

Introdução pelo Dr Emm Gallavardin

Biografia

I - Tratamento Psíquico Retrospectiva Histórica por Dr J.P.Gallavardin.

II - Propriedade Psíquicas dos medicamentos por Hahnemann Críticas a Hahnemann.

III - Algumas observações dos males psíquicos pelo Dr. Charles DULAC.

IV - Como o tratamento Homeopático pode melhorar o caráter do Homem e desenvolver sua inteligência por Dr. J.P.Gallavardin (1882).

V - Alcoolismo e criminalidade Tratamento medicinal da bebedeira e embriaguez (1889) Dr. J.P.Gallavardin.

VI - Medicina Psíquica(Medical Advance) (1893).

VII - Tratamento medicinal das Paixões Genitais(1896).

VIII - Algumas observações Inéditas e Dificuldades do Tratamento.

IX - REPERTÓRIO DE MEDICINA PSÍQUICA Matéria Médica de todas as manifestações psíquicas e tendências dos seres humanos.

X - Medicina Plástica Observações e REPERTÓRIO e indicações de medicamentos para desenvolver, fazer emagrecer, modificar e modelar certas partes do corpo. Onde refere as Fases da Lua.

XI - PATOGENESIAS de 64 patogenesias psíquicas dos medicamentos homeopáticos encontrados em seus manuscritos.

XII - Por que homeopatia? Hahnemann M M P 1821.Tradução de A.J.L.JOURDAN

XIII - Precisaria empregar a impressão Psiquismo e Homeopatia? Por Gérard BAUER. desenvolver sua inteligência

_______________________________________________________________________________________________________________

    Preenchendo uma grande lacuna da literatura Homeopática Castelhano-Portuguesa, venho apresentar este trabalho que nos será de grande ajuda, pois todos já ouvimos falar do Dr Gallavardin, mas bem poucos o conhecem profundamente.

    Formado em medicina em 1854, aos 29 anos, já emitia em seus artigos considerações sobre a unidade consubstancial do homem, mostrando-se conhecedor de Aristóteles, São Tomás de Aquino e Decartes e discutia assuntos homeopáticos com Boenninghausen, Dulac, Rapou pai, Leon Simon pai, Des Guidi(introdutor da homeopatia na França e seu médico) dentre outros. Em 1870, em suas correspondências com Dr C. Dulac, apresenta um artigo intitulado "O tratamento de certas disposições psíquicas" e, em 1882 "Como o tratamento homeopático pode melhorar o carácter do homem e desenvolver sua inteligência", que logo se esgotou. Em 1886 criou seu DISPENSÁRIO OU POLICLÍNICA PSÍQUICA onde deu consultas gratuitas até sua morte aos indigentes, ladrões, libertinos, vagabundos, alcoólatras e toda escória da sociedade, constituindo, segundo ele, um vasto campo para o exercício da caridade, e um campo não menos fecundo, para a instrução do médico. Em 1889 publica "Alcoolismo e criminalidade", onde curava os pacientes à revelia com 50%de curas, o que é inédito pois, com todos os avanços da terapêutica farmacológica atual e terapias, mal se conseguem curar de 12 a 15%. Em 1893 Medicina Plastica e 1896 "Paixão Genital", também despertou muito interesse.

    Este trabalho é minha homenagem aos colegas latino-americanos em 100 anos de seu falecimento, ocorrido em 1898, quando foi atropelado por uma carruagem aos 73 anos de idade.

    No momento em que vocês se inteirarem desta Obra, conscientizar-se-ão da grandeza e importância de Dr Gallavardin no contexto da História da Homeopatia, o quão desbravador foi juntamente com Hanhemann, particularmente no campo do Psiquismo.

    São inúmeros os casos psiquiátricos comentados, seu REPERTÓRIO DE SINTOMAS PSÍQUICOS, constando de 600 rubricas, inédito até então; acrescentando-se comentários e críticas decorrentes da convivência com vários Homeopatas famosos das duas primeiras gerações após Hahnemann. São 44 anos de clínica psiquiátrica homeopática.

    Toda esta obra póstuma é constituída por notas manuscritas originais, recolhidas e publicadas em 1959 por seu filho Dr Emanuel Gallavardin.

___________________________________________________________________________________________

    Inicialmente meu interesse nesta tradução era mais didático, por trabalhar em psiquiatria há mais de 15 anos e não existir nenhuma literatura homeopática nesta área em nossa língua. Então traduzi, inicialmente o texto Alcoolismo e Criminalidade por volta de 1985. Foi tão enriquecedor, em meu trabalho, que decidi continuar as traduções ; mas, devido às atribulações e às dificuldades, e com o compromisso de fazê-lo bem feito, só agora o estou concluindo. E o faço como homenagem aos 100 anos da morte de J.P.GALLAVARDIN (1825-1898).

    Ele foi um Clínico extraordinário, insistiu na importância primordial dos sintomas mentais na escolha do medicamento, na indispensável necessidade das altas potências na terapêutica dos estados mentais. Assim como J. T.Kent (1849-1916 ), que se norteava pela Vontade e o Entendimento, ele se concentrava no caráter e no moral de seus pacientes. Inovou ma divulgação e comprovação homeopática com a criação de seu Dispensário ou Policlínica Psíquica(1886) onde atendia gratuitamente a escória da sociedade francesa : ladrões, assassinos, bêbedos e vagabundos, mostrando seu espírito caritativo e atento ao compromisso ético e social da medicina.

    Escreveu a história da Psiquiatria Homeopática de uma forma muito singular pois não se contentava, como os médicos alopatas da época, em descrever os quadros clínicos psiquiátricos e as evoluções típicas (cujo modelo lhes eram fornecidos pela “paralisia geral em 1822 por Bayle “(1799-1858 ), sem dar uma medicação e observar os resultados. Demonstrou, assim com espírito experimental de rigor científico a lei “similia similibus curentur”.Com a peculiaridade inusitada, tratou seus pacientes à revelia( principalmente os alcoólatras que se compraziam com o vício, recusando todo tipo de tratamento ).O mais interessante é que curou 50 por cento dos casos por ele tratados, o que é inédito, pois, hodiernamente, com todos os avanços da farmacologia e dos tratamentos psiquiátricos para tal, mal se conseguem curar 10, 15 por cento dos pacientes, sendo que o restante perambula por hospitais, internados, reclusos em sanatórios, intoxicados por medicamentos, totalmente alienados, com pouca ou nenhuma atividade laborativa, e sem nenhuma perspectiva de ressocialização, discriminados e estigmatizados pela sociedade, apesar dos pequenos avanços pontuais na política de saúde mental. Ou lutam desesperadamente contra a doença em instituições como o AA ou similares, que muito ajudam, mas não curam totalmente.

    E o mais característico nele é sua visão aristotélico-tomista permeando todo seu trabalho, em seus comentários e considerações .

    É interessante notar que o nascimento da psiquiatria dinâmica deu-se por volta de 1775 (HENRI EY, Manual de  Psiquiatria. 1981), época em que, Mesmer (1734-1815), com seu magnetismo animal, destacou a ideia “de doenças nervosas como originadas no desequilíbrio do fluido vital” e foi substituído pela sugestão (hipnotismo) por Pierre Janet(1859-1947 )e sobretudo por Sigmund Freud (1856-1939), cujo primeiro trabalho foi em 1895.

    O capítulo das moléstias mentais estava imerso em plena fase teológica e, desde o fim da Idade Média, vinha se perpetuando, ainda que disfarçado, em pleno século XVIII e, durante o domínio da Igreja, o que predominou foi a teoria diabólica ; onde os degenerados eram tratados por exorcismo, pancada, tortura ou fogueira.

    Mesmo com a Reforma de Lutero e Calvino, o cenário do conflito teológico nada mudou. Esta ciência nasceu à medida que a civilização ocidental evoluía no sentido da “liberdade individual”.Durante a Revolução Francesa, os eleitos da história, aqueles a quem se atribui a glória de ter despertado a humanidade desse sonho dantesco, dentre outros, destaca-se Willian Tucke(1827-1895), na Inglaterra e Philippe Pinel (1745-1826), herdeiro dos primeiros grandes sistemas nosográficos, e sobretudo o de Cullen, em 1793, em Bicêtre, quando, já a revolução chegava ao fim, pressentiam-se as dolorosas convulsões daquela grande gestão política., “libertando-se os doentes mentais das prisões para consagrá-los como doentes. Fundou a psiquiatria ao lançar as obras: Nosographie philosophique(1798), Traité médico-philosophique de la Manie( 1801).

    Onde a ortodoxia via marcas do diabo, esses médicos viam sinais autênticos de moléstias mentais.

    Alguém mais, que não havia frequentado os asilos de alienados e que nada pretendia reformar neste recanto hoje tão tenebroso da medicina, agiu como o precursor e, com o espírito isento de preconceito científico e de fanatismo religioso, e, num certo sentido, foi além de Pinel pois foi o primeiro a adotar o sistema de “non restraint”, orgulho e glória da psiquiatria moderna. Quando Hahnemann em 1792 empreendeu o tratamento do célebre estadista Hanoveriano Klockembring que, alienado, era tratado conforme os processos bárbaros da época, sem correntes ou punições corporais, Hahnemann o curou completamente e escreveu em um relatório sobre o caso: “Nunca permitirei que um louco seja punido com pancadas ou com outra espécie de castigo corporal porque não há punição onde não há responsabilidade e porque esses pacientes merecem unicamente piedade e pioram sempre com tratamento rude e sem melhora possível.”

    Na Universidade de Erlangen onde se formou em medicina, aos 24 anos, em 1779 defendeu a tese “as enfermidades da alma. Os loucos”.

    De início a Psiquiatria se instituiu, portanto, como uma procura nosográfica de espécies mórbidas. Após a fase da “Psiquiatria Clássica Kraepeliniana, “veio a reação por parte de Bleuler (Eugène 1857-1939), Meyer(1866-1950) etc. Logo a seguir, veio a fase das “concepções psicogênicas” ou psicodinâmicas ( Sigmund Freud).Em seguida a importância dos fatores sociais e ambientais inclinou-se ao estilo “Psicanalítico” dissolvendo o conceito de doença mental (Sullivan H.S. 1892-1949).

    Já venho trabalhando em hospitais psiquiátricos, sanatórios e casas de saúde, e, desde o início, pautei meu trabalho no prisma do VITALISMO de HAHNEMANN e pude comprovar em grande número de casos, que pude tratar pela homeopatia, ( com o consentimento do paciente ou à sua revelia), ótimos resultados, tanto em pacientes internados (alguns com vários anos de internação ) quanto nos que me procuravam em minha clínica. E não só em casos de alcoolismo, também em outras psicopatologias.

Autor: Dr. Ronaldo dos Santos Souza. Médico Homeopata e Psiquiatra, formado em 1983

Colaborador: Dr. José Maria Fanuchi. Médico Psicoterapeuta formado em 1974